Novas regras para visitar Machu Picchu

É inegável para todos que visitaram Machu Picchu que a cidadela tem uma energia ímpar e é um dos locais mais impressionantes do império Inca. Também é claro para quem visita o local em alta temporada que o local, sagrado e frágil, deveria ter um melhor controle de visitantes.

Vista da Huayna Picchu

Muitos são os boatos infundados sobre o fechamento da visitação por parte dos órgãos controladores, que causam um senso de urgência nos viajantes dispostos a conhecer o local mas também significaria o fim da economia local, que vive do turismo e é o ponto mais visitado do Peru.

De acordo com a organização do parque, as mudanças vieram após críticas feitas pela UNESCO com relação ao número de visitantes anuais, visto que a instituição sugere algo em torno de 970 pessoas/dia, mas o governo praticava 2.500 visitantes. O grande problema é que mais de 70% dos visitantes chegam ao lugar no período da manhã, sobrecarregando as estruturas. O novo acordo gerou uma nova resolução que aumentará a capacidade de visita do parque para 5.940 visitantes por dia dividido em turnos.

Com a resolução, várias regras mudaram para quem visita a cidade desde 1 de julho de 2017. Confira abaixo o que mudou:

Permanência no Parque

Era muito comum a permanência de turistas durante todo o dia em Machu Picchu, iniciando em um tour matutino, o que sobrecarrega a estrutura de banheiros, restaurantes e ruinas do parque. Muitos destes aproveitavam Cusco como base e realizavam um“bate volta”às ruínas por trem.

Cidadela de Machu Picchu

Com o intuito de controlar melhor o fluxo de visitantes e a manutenção sustentável das ruinas, Dirección Desconcentrada de Cultura de Cusco, entidade responsável pelo sítio, decidiu que a desde de 1 de julho deste ano, o santuário de Machu Picchu terá visitas em turnos.

Já em vigor, os novos horários de visitação preveem turnos, que os turistas só podem visitar as ruinas incas entre 6h e 12h ou entre 12h e 17h30, cumprindo com o Regulamento de Uso Sustentável e Visita Turística para a Conservação da Llaqta ou Ciudade Inka de Machupicchu.

Quem quiser passar o dia inteiro no parque deve comprar ingressos para os dois turnos, separadamente. Pela manhã, o número de visitantes será de até 3.267 pessoas, e à tarde, máximo de 2.673, somando 5.940 por dia.

Visitas em circuitos

Se você programou fazer igual nossa visita à cidade: ver o nascer do sol, vagar a esmo, subir uma das montanhas, meditar, observar as lhamas e acompanhar o por do sol no local, triste notícia: não será mais possível.

lhamas em Machu Picchu

Agora você precisa se enquadrar em um dos três circuitos fixos disponíveis no parque:

  • O Circuito 1 é o mais amplo, contornando a área da cidade inca, com subida à parte alta da cidadela e percurso completo da parte baixa – duração estimada: 3 horas
  • O Circuito 2 valoriza mais a parte inferior das ruínas, ele é o intermediário, com percurso completo da parte baixa (sem subida à parte alta) – duração estimada: 2h30
  • O Circuito 3 é o que tem menos escadas, por isso é o mais indicado para pessoas com capacidade reduzida de locomoção (sem subida à parte alta) – duração estimada: 2 horas

 

Você deverá escolher o circuito na entrada do parque e, claro, o guia deve acompanha-lo. Esses circuitos podem ser combinados com as subidas a Huaynapicchu ou à Montanha Machu Picchu, conforme o ingresso comprado.

 

Obrigatoriedade de Guia Turístico e locais de explicação

Muito sobre este tema ainda não foi esclarecido pela administração do parque mas em resumo, nenhum visitante poderá entrar no parque sem estar acompanhado de um guia turístico.

Quem já foi à cidade Inca sabe que na porta ficam vários urubus guias tentando montar grupos para visitas guiadas, que em maioria não duram uma hora e acontecem sem qualquer padrão, fazendo um tour porco pela cidade.

Algumas pessoas saem com visitas guiadas já compradas de Cusco e Aguas Calientes ou aproveitam dos serviços de quem oferece na porta. A nova regra diz que um guia poderá entrar com até 16 visitantes e deve andar o tempo todo com o grupo seguindo um dos roteiros pré definidos.

Porta de controle para quem sobe para Huaynapicchu
Porta de controle para quem sobe para Huaynapicchu

O serviço não será obrigatório nas trilhas para as montanhas “Machu Picchu” e “Huaynapicchu” nem para visitas extras, no turno ou dia seguinte.

Todos os roteiros escolhidos preveem que, ao final, o visitante tenha tempo para andar pelo circuito sozinho, sem o guia. Não será possível caminhar por caminhos que não estejam no roteiro percorrido.

Outro ponto complicado é a oneração do custo da visita. Era possível contratar um guia na porta da cidadela por aproximadamente 5 dólares e tememos que, devido a esta exigência, este valor aumente consideravelmente.

Adeus pau de selfie e proibição de drones

Uma das novas regras é para quem utiliza pau de selfie: Só será possível utiliza-lo em locais abertos e que não são áreas de trânsito de pessoas. Estas áreas serão indicadas pelo guia responsável.

Uma deliberação também proíbe a utilização de drones no completo turístico e em locais de visitação no Peru. Estes devem ser utilizados sob estrita permissão das autoridades.

Reingresso não permitido

A normativa do parque diz que, depois de cumprido a visita e o circuito no turno que o visitante fez a aquisição, salvo por força maior, este não poderá voltar às dependências do parque.

Nós que já fomos ao local, lembramos que não existem banheiros, lanchonetes e estrutura turística dentro da cidadela e não entendemos se esta estrutura será considerada parte da área controlada do parque ou área externa. Se área externa, o visitante terá que deixar o complexo caso precise destes serviços básicos.

Objetos proibidos

É proibido a entrada no parque com mochilas ou bolsas (/assuntos/bolsas) com mais de 40x35x20 cm, aerossóis, tamancos e sapatos com solas duras, objetos perfurocortantes e armas (/assuntos/armas), assim como, bandeiras, pôsters e faixas. 

Era possível tirar fotos com bandeiras nacionais e esta deliberação torna-se proibida a entrada no complexo. Não sabemos como isto será interpretado mas aguardamos ainda cenas dos próximos capítulos.

Ficou alguma dúvida? Deixe nos comentários que respondemos.

Luis Moura

Minhas redes fora do blog ;)

Quem sou eu

Prazer, Luis Moura. Sou publicitário de corpo e alma e geminiano dos mais loucos, nasci inquieto. Perdido entre os canais de viagem da tv e livros de história decidi vencer o medo e colocar o pé na estrada. A primeira em 2003 e a partir daí não parei mais. Por aqui desde 2016 quando a ajuda aos amigos para montar seus planos de viagem viraram coisa séria.

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Respostas de 3

  1. Parabéns pelo post, está bem completo e explicado. Você teria mais alguma informação a respeito do uso de drones? Vou em setembro e gostaria de fazer algumas imagens aéreas de Machu Picchu, é possível pegar algum tipo de autorização??

    1. Olá, parabenizo o post e reitero a pergunta!
      Thiago vc conseguiu autorização? Iremos em janeiro, compartilhamos do mesmo questionamento!

      1. Lu, é proibido utilizar drones em Machu Pichu e sítios arqueológicos. Não existe permissão para tal.

        19.18 Launching drones or any type of aircraft to take photographs, videos or movies from the air, with the only exception to this prohibition being flights solely for scientific and cultural diffusion with prior express authorization of the Decentralized Directorate of Culture of Cusco.

        Página que contém boas informações -> https://www.uavsystemsinternational.com/drone-laws-by-country/peru-drone-laws/

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