por nossa equipe
Pode parecer muito estranho, no entanto, o Cemitério da Recoleta se tornou um dos pontos turísticos de Buenos Aires mais famosos e procurados pelos turistas!
Isso porque o Cemitério da Recoleta pode ser considerado como um museu a céu aberto, onde os turistas e visitantes podem apreciar os belíssimos e incríveis mausoléus de mármores, várias esculturas importantes, e conhecer algumas lendas bem interessantes que circulam pelo povo argentino.
O Cemitério da Recoleta fica bem localizado na cidade de Buenos Aires e, inclusive, está próximo de diversos outros pontos turísticos da cidade. Então, você já pode aproveitar para montar um roteiro pela região.
Como o cemitério é um ponto turístico bem interessante, e sabemos que muitas pessoas têm interesse em conhecê-lo, decidimos montar esse texto para te contar um pouco mais sobre o local, como visitar o cemitério, as principais personalidades que estão por lá e todos os demais detalhes.
E, se você ainda está em dúvidas sobre visitar ou não um cemitério, afinal, não é um passeio convencional, a nossa recomendação é tomar coragem e se aventurar! O cemitério possui vários túmulos de alto luxo e, realmente, vale a pena a visita.
Preparado para conhecer melhor o Cemitério da Recoleta? Então, vamos lá!
Onde está localizado o Cemitério da Recoleta?
O Cemitério da Recoleta está localizado no bairro da Recoleta, no endereço Junín 1760.
Ele fica bem de frente para a Plaza Francia, que foi uma praça desenhada por Carlos Thays, o mesmo paisagista que deu vida ao esplêndido Jardim Botânico de Buenos Aires. Por ali também estão localizados o Buenos Aires Design e o famoso Hard Rock Cafe da cidade.
Ainda, nas proximidades do Cemitério da Recoleta, está a Avenida Alvear e a Avenida del Libertador, ambas consideradas as mais elegantes e bonitas de toda a cidade, que acomodam grandes pontos turísticos como a Floralis Generalis, o Museu de Belas Artes e o MALBA.
Como é a visita ao Cemitério da Recoleta?
A entrada no Cemitério da Recoleta é gratuita e a visita por lá costuma ser bem tranquila!
O local é cheio de labirintos que atravessam os mausoléus. Assim, dá para ir desvendando parte por parte do cemitério, e apreciando com calma cada um dos incríveis túmulos. O cemitério disponibiliza um mapa na entrada para que os turistas e visitantes possam identificar onde estão os mausoléus mais famosos.
No entanto, se você quiser ter uma experiência de primeira classe dentro do Cemitério da Recoleta, é possível fazer a visita guiada! Com ela, além de conhecer os principais túmulos e rodar por toda a área do cemitério, os guias ainda contam as principais histórias sobre o local.
As visitas guiadas pelo cemitério da Recoleta também são gratuitas, no entanto, são realizadas apenas em espanhol. Elas são disponibilizadas de terça a sexta-feira, entre 11h e 14h. Já durante o final de semana e dias de feriado, as visitas guiadas são feitas entre 11h e 15h.
A duração das visitas guiadas no cemitério da Recoleta é de cerca de 1h, e basta falar que você deseja participar de uma na estrada do cemitério!
Principais atrações do Cemitério da Recoleta
O Cemitério da Recoleta possui mais de 4.000 túmulos, mausoléus e, até mesmo, algumas tumbas!
Você pode encontrar os mais diversos estilos artísticos por lá, indo desde o estilo Gótico, até o Art Déco. E a organização do cemitério também é surpreendente, possuindo quadras retangulares que separam os mausoléus de forma organizada.
Um dos túmulos mais famosos que estão no Cemitério da Recoleta e um dos mais visitados, é o de Eva Perón, a ex-primeira-dama da Argentina que conquistou o coração de todos os argentinos. Contudo, ao contrário do que se espera, o túmulo de Evita é bem simples, possuindo apenas a plaquinha no mausoléu da família.
Ali também estão os túmulos de Domingo F. Sarmiento, ex-presidente do país, o do escritor Adolfo Bioy Casares e o de Carlos Saavedra Lamas, que ganhou um prêmio Nobel da Paz.
Mas, apesar dos grandes nomes que estão no Cemitério da Recoleta, o principal atrativo do local são as incríveis tumbas extravagantes, que pertencem às famílias mais ricas do país e merecem ser apreciadas!
Basílica Nossa Senhora do Pilar
Se você estiver com bastante tempo para andar por lá, vale a pena conhecer, também, a Brasília de Nuestra Senora Del Pilar, que é a segunda mais antiga da cidade, e possui as suas janelas com vista para o cemitério. Bem diferente, não é mesmo?
Essa basílica foi inaugurada no ano de 1732 e, em 1942, foi declarada Monumento Histórico Nacional. Ela também está no bairro da Recoleta, e foi desenhada e projetada por Bianchi e Prímoli, dois arquitetos jesuítas.
Até hoje, a basílica possui as estátuas, ornamentos e retábulos originais do ano em que foi construída.
Lendas, curiosidades e histórias sobre o Cemitério da Recoleta
Como todo bom cemitério, o da Recoleta também possui as suas lendas, histórias e curiosidades. Por isso, separamos as mais conhecidas para você chegar lá já sabendo o que esperar!
Ah! E não se esqueça que ao lado de toda história de cemitério, também andam os fantasmas! Confira!
Estátua da menina e do cachorro
Dentro do Cemitério da Recoleta, um túmulo que chama muita atenção, e que é impossível passar por ele e não admirar, é o da menina com o cachorro.
Essa escultura incrível fica localizada ao lado da entrada do mausoléu de Liliana Crociati, que morreu na sua lua de mel, por conta de uma avalanche que atingiu o local em que ela comemorava o casamento com o seu marido.
No mausoléu de Liliana, os pais da menina resolveram fazer uma reprodução do seu quarto e, na estátua que está na entrada do túmulo, ela foi representada com o seu vestido de casamento e ao lado do seu melhor amigo.
Uma curiosidade sobre o enterro de Liliana, é que ela foi enterrada com o próprio vestido de noiva, eternizando para sempre o seu último momento.
Segundo a lenda, o cachorrinho de Liliana teria morrido no mesmo dia que a sua dona, mesmo estando um separado do outro.
Estátua do homem com chapéu, um regador e uma vassoura
Outra estátua que tem história no Cemitério da Recoleta é a de um homem que usa um chapéu, e segura uma tesoura e um regador em suas mãos.
Essa estátua é a representação de David Alleno, que foi um dos zeladores que cuidou do Cemitério da Recoleta por muito tempo David tinha o costume de frequentar o cemitério constantemente quando era mais novo, acompanhando os seus irmãos, que trabalhavam como vigias no local.
David começou a trabalhar no Cemitério da Recoleta quando era adolescente e, segundo a história, um dos seus maiores sonhos era ser sepultado no cemitério e ter a sua própria escultura.
O irmão de David teve a grande sorte de ganhar na loteria, e foi então que toda a história maluca do zelador aconteceu!
Após ganhar, o irmão deu parte do seu dinheiro como um presente para o zelador. Com isso, David foi até a Itália para encomendar a sua escultura, com um escultor italiano muito renomado na época.
Depois de pronta, David voltou para a Argentina, pagou todo o espaço no cemitério e, quando estava tudo pronto, se matou para poder ser sepultado ali, realizando o seu maior sonho.
Escultura da mulher segurando a maçaneta
Por fim, uma outra história que faz bastante sucesso pelo Cemitério da Recoleta é a de Rufina Cambaceres, que possui um túmulo com uma estátua de uma mulher segurando na maçaneta de uma porta.
Rufina foi filha de Luisa Bacchi, uma famosa bailarina italiana, e de Eugenio Cambaceres, um escritor, que acabou falecendo quando ela ainda era criança.
A história de Rufina, que é também é chamada de “Dama de Blanco”, choca muitas pessoas e, provavelmente, é uma das mais tristes de todo o cemitério.
Segundo os historiadores, a mãe de Rufina, Luisa, teria dado uma dose de sonífero para a sua filha para poder se encontrar com o seu amante que, na verdade, era ninguém menos que o namorado e verdadeiro amor de Rufina. O homem era conhecido por Hipólito Yrigoyen, que se tornou um político argentino posteriormente
No entanto, a dose que Luisa deu para Rufina pareceu letal e a filha acabou sendo enterrada viva, acordando em seu túmulo. Rufina, desesperada com a situação, teria tentado sair do caixão a qualquer custo, mas não conseguiu e acabou falecendo por falta de oxigênio.
Além dessa versão, algumas outras pessoas alegam que, na verdade, Rufina morreu de uma “parada cardíaca” quando ficou sabendo da traição do seu namorado, que, aparentemente, estava saindo com a mãe. Contudo, Rufina possuía catalepsia e acabou sendo sepultada viva.
Ninguém sabe dizer exatamente o que aconteceu com Rufina, no entanto, uma coisa é certa: o caixão da Dama de Blanco foi aberto e possuía muitas marcas de arranhões de unha, que ajudaram a construir as lendas a respeito de qual teria sido a real causa da sua morte.
Horário de funcionamento do Cemitério da Recoleta
O Cemitério da Recoleta é aberto todos os dias, funcionando entre o período das 7h às 18h. Portanto, não há um horário certo para visitar o local, a não ser que você queira participar de uma das visitas guiadas.
A nossa dica é evitar chegar muito tarde no cemitério, pois, se você acabar se empolgando com o passeio, precisará sair antes das 18h, e não conseguirá ver tudo o que planejou.
Além disso, evite ir aos sábados, domingos e durante o horário de almoço, são os dias e o horário em que o cemitério costuma ficar mais cheio. Dê preferência por ir logo na parte da manhã ou à tarde, entre às 14h e às 16h.
História do Cemitério da Recoleta
O famoso cemitério da Recoleta foi construído no ano de 1822, em Buenos Aires, e foi o primeiro cemitério público da cidade.
O local escolhido para a construção do cemitério foi um pomar antigo, que pertencia aos monges da Basílica de Nuestra Señora del Pilar. Um fato muito intrigante sobre a construção do cemitério da Recoleta é que, apesar de ele ter sido inaugurado em 1822, os portões do cemitério só foram construídos em 1881! Ou seja, ele passou anos aberto!
A entrada do cemitério foi desenhada e projetada em estilo clássico, possuindo colunas e diversos símbolos que representam a morte. No final, a entrada ficou bem intimidadora.
O cemitério da Recoleta tem um importante significado para o país como um todo, pois serve como uma referência histórica do momento em que a Argentina estava crescendo bastante economicamente.
A região do bairro da Recoleta, por sua vez, começou a ser povoada em Buenos Aires durante o contexto da febre amarela, que chegou com força nos bairros de San Telmo e de Montserrat, e acabou levando a uma epidemia. Por conta disso, as famílias mais ricas começaram a migrar para outras regiões da cidade, na tentativa de fugir da epidemia.
O cemitério foi projetado pelo arquiteto Prosper Catelin, de origem francesa, e o seu design foi baseado no famoso cemitério Père-Lachaise, localizado em Paris, na França.
Um ponto muito importante de lembrar sobre esse período é que, antigamente, as famílias mais ricas mostravam a quantidade de dinheiro que possuíam e a sua importância, através dos grandes túmulos e mausoléus feitos em mármore.
Dessa forma, muitas das sepulturas do Cemitério da Recoleta podem ser consideradas grandes obras de arte, que foram criadas por escultores e artistas famosos do período. Por isso, ele é considerado um museu a céu aberto.
O Cemitério da Recoleta foi declarado um Patrimônio Histórico Nacional no ano de 1946, e pasmem: o cemitério possui mais de 90 túmulos que são considerados como Monumento Histórico Nacional!
Outra curiosidade sobre o Cemitério da Recoleta é que, atualmente, ele tem o metro quadrado de mais alto valor de toda a cidade de Buenos Aires.