Chichén Itzá, a cidade dos feiticeiros da água, é uma parada obrigatória para quem visita Cancún, Tulum ou Playa Del Carmem. Além de excursões que saem das cidades, muitos como eu preferem alugar um carro e ir por conta própria desbravando o México. Nessa página, conto um pouco sobre minha viagem para o México e as cidades pelas quais passei.
Chichén Itzá: uma das novas 7 maravilhas do mundo moderno
Se o título te chamou atenção, espera um pouco que existe um erro nele! Chichén Itzá, o complexo, é um sítio arqueológico tombado pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade. A pirâmide que existe dentro dele, a Pirâmide de Kukulcán, é a quinta maravilha do mundo moderno, ao lado de outros monumentos como o Cristo Redentor e a cidade de Machu Picchu.
Todo o complexo é magnífico, vale a pena cada minuto ali dentro, mesmo com hordas de turistas aparecendo em suas fotos a todo momento.
Atrações presentes em Chichén Itzá
Essa região possui sítios arqueológicos, ruínas antigas e até mesmo cenotes, que são consideradas sagradas dentro da cultura Maia e, ao todo, possuem 16 prédios dentro de todo o perímetro.
Agora, confira quais são as 3 principais atrações que você terá o prazer de conhecer e aproveitar neste lindo lugar!
Praça das mil Colunas
A primeira atração presente em Chichén Itzá que vou citar aqui, é a Praça das Mil Colunas, um local que era o principal mercado da cidade.
Você poderá encontrar nesta atração uma ampla área contendo mil pilares que sustentavam a estrutura construída naquele tempo. Vale a pena conhecer esse local e tirar diversas fotos, afinal, não é sempre que vemos uma estrutura antiga tão grande.
Cenote sagrado
Para quem não sabe, um cenote é uma cavidade natural que se assemelha a um poço. O Cenote Sagrado dessa atração fica um pouco afastado dos edifícios históricos Maias, mas com certeza conhecer, e vê-lo com seus próprios olhos, será uma experiência de vida única.
Além de ter muitas histórias envolventes cheias de mistério que cercam esse cenote, um dos principais pontos é que esse poço era utilizado para rituais maias, onde jogavam pertences como oferenda para cultuar o deus da água.
Pirâmide de Kukulcán
A Pirâmide de Kukulcán é, provavelmente, uma das atrações que mais atrai aventureiros neste destino, então para você conseguir aproveitar bem as paisagens e também ter o privilégio de andar sem a muvuca, chegue cedinho, porque depois de um certo horário o fluxo de turistas é gigantesco.
Essa pirâmide foi construída sobre uma escadaria central enorme, e projetada para os Maias realizarem adoração ao deus Kukulcán. A pirâmide, até mesmo nos dias atuais, está bastante preservada e é alvo de mistérios por conta dos cortes feitos nas pedras que a formam.
Provavelmente quando você for visitar Chichén Itzá, essa pirâmide será um dos primeiros pontos turísticos que você verá.
O que significa Chichén Itzá?
O nome Chichén vem de “boca do poço” ou “perto do poço” e Itzá refere-se a quem o fundou, as Itzáes, “feiticeiras da água”, por volta do ano 435. Seria algo como “perto do poço do povo Itzá”, referindo-se ao cenote próximo.
O sítio arqueológico era um tempo sagrado e uma cidade de peregrinação e por muitos séculos foi palco de uma das culturas mais fantásticas das Américas.
História de Chichén Itzá
Os maias dominavam a região de Yucatã, onde Chichén Itzá está, as selvas de Chiapas, Guatemala, Honduras e Belize. Muita gente acha que eles dominaram o México todo, mas na realidade estavam bem concentrados na América central.
Entre os séculos 3 e 10, foram erguidas cidades como Tikal, Copán, Quiriguá, Palenque e Piedras Negras.
Os povos colonizaram a área de Chichén Itzá por volta do ano 400 dc. Grupos de camponeses vindos de onde é Campeche ou Tabasco se estabeleceram ali por causa dos cenotes que tinham água potável, solo bom para cultivo e pedras para construção.
Existem registros de populações humanas na área em 400 ac. mas a história de Chichén Itzá inicia-se no período posterior.
O cenote sagrado de Chichén Itza
O Cenote Sagrado era o centro das atividades religiosas, não só da cidade de Chichen Itza, mas de toda a região de Yucatã.
Ele mede em torno de 60m de diâmetro com 13m de profundidade. Esse cenote recebia as oferendas dos maias, de sacrifícios a objetos de cobre, ouro, tecido e jade.
Primeiras construções de Chichén Itzá
As primeiras estruturas do local foram construídas entre perto de 400dc em honra do deus Chaac e foram decoradas com várias máscaras dessa divindade, tudo no estilo chenes.
Essas estruturas que lembram um palácio foram utilizadas pelas Itzáes e batizada pelos espanhóis de convento, por se parecer com as estruturas católicas da Europa.
Chichén Itzá começa assim a receber nativos que adoravam a divindade e, como área religiosa, recebeu novas construções: o Ossário, um Túmulo para o Grande Sacerdote, o Tempo dos Veados, a Plataforma do Caracol, a Casa Vermelha e algumas plataformas anexas.
Nas últimas décadas da primeira época, Chichén Itzá é abandonada pelos nativos e sua população reduz consideravelmente. As estruturas acabam sendo chamadas de Chichén Viejo devido a nova onda que vem em seguida.
Renascimento de Chichén Itzá
A partir do fim desse primeiro período, por volta de 800dc, novas comunidades chegam à região vindas do norte da América Central, trazendo influências toltecas começam a construir mais ao norte da primeira área. Eles conheciam e já tinham se misturado culturalmente com os astecas, outra cultura do norte, responsável pela construção da cidade de Tenochtitlán, atual Cidade do México.
Essa é a área onde está a Chichén Itzá que hoje conhecemos. Na grande esplanada foram construídas algumas estruturas como um mirante com as quatro direções que serviu de base para a pirâmide de Kukulcán, Templo dos Guerreiros, o Templo dos Jaguares e o conjunto de Mil Colunas.
Kukulcán era a versão maia do deus asteca Quetzalcóatl, a serpente emplumada. Para os maias “kukul” significa sagrado ou divino e “kan” significa serpente.
Nesse mesmo período em Chichén Itzá, foi criado o maior campo de jogo de pelota da Mesoamérica, os templos sul e norte, tempo das onças, o observatório ou caracol e estradas que ligavam ao Cenote Sagrado, palco de oferenda por séculos.
O mirante recebe também uma ampliação se tornando a pirâmide que conhecemos hoje. A antiga estrutura fica no seu interior guardada pela nova fachada. Estudos recentes mostram que debaixo da pirâmide existe um cenote.
Liga Mayapán: Aliança militar com Chichén Itza
Naquela época, os maias costumavam entrar em guerra, cidades contra cidades e povos contra povos por causa de território. Engana-se quem achava que todos os maias seguiam um único governante.
Em 987 três grandes cidades fizeram uma aliança militar para se protegerem. Uxmal, Mayapán e Chichén Itza se juntaram sobre o comando da última defendendo o território. Durante décadas essa aliança sobreviveu até que um desacordo rompeu os laços.
Mayapán assumiu o controle da região e os Itzáes foram exterminados e expulsos para áreas onde hoje é a Guatemala. A cidade de Chichén Itzá entrou em declínio e em 1300 foi abandonada como moradia, sobrando somente o lado religioso.
Chegada dos espanhóis
Os espanhóis só chegaram a Yucatán em 1517, mas as populações maias estavam morando em pequenas áreas rurais e as cidades já tinham sido abandonadas. Alguns lugares ainda eram considerados sagrados, mas não eram mais habitados.
Muitos deles estavam destruídos, com a selva já tomando conta das cidades. Vale lembrar que por mais de um século a natureza pode retomar as áreas antes ocupadas. Chichén Itza só foi descoberta em 1892!
Hoje o que vemos foi e está sendo reconstruído, algumas das peças se perderam no tempo para sempre. A própria pirâmide só tem os dois lados mais famosos, que aparecem nas fotos, reconstruídos porque foi necessário peças do outro lado para deixá-la como está hoje.
Finalmente conhecemos mais sobre Chichén Itzá, e também sobre algumas das melhores atrações disponíveis neste local.
Caso tenha alguma dúvida, deixe nos comentários que ajudamos a responder 😉